sábado, 14 de agosto de 2010

Notting Hill

O gênero comédia romântica possui dois tipos de público: os que amam e não perdem um e os que odeiam do fundo do coração. Eu faço parte dos que amam, com a única exceção de que perco um monte... rs.


''Um Lugar Chamado Notting Hill'' é um daqueles obrigatórios para qualquer amante dessa classe. O filme conta a história de Anna Scott [Julia Roberts mais uma vez sendo hiper idolatrada], uma atriz super badalada de Hollywood que se envolve com um pacato e discreto dono de uma livraria [Hugh Grant com sua habitual cara de cachorro que caiu da mudança rs]. Em meio a vários problemas, desencontros e decepções, obviamente o final todos já conhecemos.


Mas eu classifico ''Um Lugar Chamado Notting Hill'' um filme com algo a mais. As boas interpretações, o humor na medida certa, a interessante fotografia e a maravilhosa trilha sonora são pontos mega positivos nessa narrativa, que faz com que o filme não seja apenas mais um entre tantos que estamos cansados de ver.





Importante: Notting Hill é um bairro residencial da Inglaterra onde é rodado o filme. Possui feiras de antiguidade [que aparece no filme] e conserva um estilo de vida muito particular, que se assemelha a uma cidade pequena.


Enfim, é um filme delicado e delicoso de se assistir, que a cada dia surpreende mais por sua leveza e bom gosto. Uma ótima pedida.



Pra mim, a melhor cena do filme com uma das músicas que mais gosto na vida, com a interpretação de Bill Withers.

sábado, 24 de julho de 2010

Annie Hall




Divertido! Sem dúvida um filme divertidíssimo. ''Noivo neurótico, noiva nervosa'' foi uma feliz surpresa. Arrancou-me muitas risadas e logo alcançou a minha lista dos 10 mais.




O desenrolar do filme se dá em Nova York [como sempre, com exceção de Match Point] e conta a história do casal Annie Hall [Diane Keaton] e Alvy Singer [Woody]. Ela uma estilosíssima cantora no início da carreira e ele um judeu extramente neurótico, egocêntrico, com mania de perseguição e que faz análise há 15 anos. Uma coisa recorrente nos filmes do Woody Allen, estando ele atuando ou não, é sempre essa abordagem do dia a dia, do cotidiano, de forma despojada e cômica. Citando Nelson Rodrigues, nada mais é do que ''A vida como ela é''.



Sempre há aqueles questionamentos da vida, de si mesmo e sobre os outros, mas nunca fugindo do humor, logo não se torna algo pesado e cansativo de se ver. Woody costuma dizer que grande parte do seu trabalho é autobiográfico, nos gerando a dúvida: o que é ficção e o que é verdade? Até onde vai Alvy Singer e quando passa a ser Woody Allen? Na minha modesta opinião, são a mesma pessoa.


Até porque é muito melhor imaginar que uma pessoa como essa [excêntrica, neurótica e blá blá blá] só existe na ficção, mesmo estando ciente de que na vida real existem muitos assim.



Umas das muitas genialidades do filme são os diálogos que o próprio Woody mantem com o telespectador, usando desse artifício para criar um vínculo maior com o público. Genial, divertido, hilário e verdadeiro são alguns dos adjetivos que tenho para ''Noivo neurótico, noiva nervosa'', um filme descontraído da década de 70 e uma obra prima de Woody Allen.

Ganhou o oscar de melhor filme, melhor direção, melhor atriz para Diane Keaton, melhor roteiro original e ainda foi indicado na categoria melhor ator, para Woody Allen, que infelizmente perdeu.


''Eu nunca faria parte de um clube que aceitasse alguém como eu como membro''



Vale muito a pena!!!!



domingo, 4 de julho de 2010

Audrey no CCBB


Um dia, esquecendo-me completamente das milhares de coisas que tenho para fazer, fui passear no centro com duas amigas. Além de ter sido um dia super agradável, onde papos de mulherzinha reinavam, de quebra passei umas 4 horas dentro do CCBB.
Aquele lugar me fascina... Sem dúvida me sinto muito bem quando estou lá. Ele é tão mágico que não sinto vontade de ir embora, mas o cansaço bate, a hora passa e a vida tem que seguir seu curso...



Imagino que todos saibam, mas caso alguém que esteja lendo esse post se pergunte ''O que é CCBB?'' brevemente explicarei.

O Centro Cultural Banco do Brasil é um prédio, localizado no centro, pertíssimo da Igreja da Candelária. Ele é de 1880 e já foi sede do Banco do Brasil. Hoje abriga uma biblioteca imensa, auditório, salas de cinema, entre outras coisas. Enfim, lá você adquire cultura por osmose!



Como se não bastasse esse lugar ser magnífico só pelo fato de existir, ele ainda consegue me surpreender mais ainda. Essa semana começa no CCBB a exibição dos mais famosos filmes estrelados pela Audrey Hepburn, a diva!

Serão 7 filmes: ''A princesa e o plebeu'', ''Sabrina'', ''Bonequinha de Luxo'', ''Cinderela em Paris'', ''My fair lady'', '' Guerra e paz'' e ''Quando Paris alucina''.


Audrey Hepburn é uma referência até hoje, tanto no mundo do cinema quanto no mundo da moda. Elegante, simpática, talentosa e humilde, Audrey fez história. Em uma época em que mulheres baixas, com curvas generosas e loiras [Marilyn Monroe] eram ''as divas'', Audrey rouba a cena, sendo uma mulher esguia, alta, com cabelos escuros e olhos castanhos. Foi indicada 5 vezes ao Oscar, só ganhando na sua primeira indicação, ''A princesa e o plebeu''. Morreu em 1993 vítima de câncer de cólon.


Para sempre ''a bonequinha de luxo''....


segunda-feira, 28 de junho de 2010

A lista de Schindler

Não me sinto no direito de escrever sobre uma produção cinematográfica como essa, porém sinto a necessidade de tal. Talvez minha ''análise'' seja superficial, cheia de lugares comuns e pobre. Mas mesmo estando ciente de todos os riscos que corro, escreverei.



A Segunda Guerra Mundial foi um dos mais tristes episódios da humanidade. Ouso dizer que nunca o poder destruidor do homem foi tão aguçado e utilizado. A intolerância foi levada às últimas consequências, culminando no massacre de milhões de judeus. É difícil pensar como pode nascer uma obra de arte em meio a esse cenário de destruição, dor, tristeza e sofrimento. Mas esse é um dos trunfos de uma grande obra de arte: do nada criar o tudo, da escuridão criar a luz, do horror criar a beleza. E Steven Spielberg soube como ninguém fazer isso.

A Lista de Schindler é, sem dúvida, um dos maiores registros sobre esse longo e tortuoso período. Tudo no filme está em perfeita sincronia. Repito, TUDO!

Se
Spielberg tivesse apenas retratado esse sanguinário episódio que mancha a história da humanidade, já teria sido um belíssimo trabalho. Mas o diretor não se limitou a isso: ousou ao introduzir em seu filme a história de Oskar Schindler e mais do que nunca acertou em cheio.

Rapidamente, contemos a história de Schindler: Oskar Schindler foi um empresário alemão conhecido por ter salvo mais de 1000 judeus do holocausto. No iníco da guerra, lucrou bastante à frente de uma fábrica de esmaltados, utilizando de mão de obra judia. Conforme a guerra continuou, Schindler foi o responsável por salvar milhares de vidas, colocando seus nomes em sua famosa lista, evitando que seus empregados judeus fossem enviados para campos de concentração, como
Gross-Rosen e Auschwitz. No final da guerra, já se encontrava falido e livrou-se de ser preso devido aos depoimentos de judeus que salvou. Morreu em 1974 e foi enterrado no cemitério cristão no Monte Sião em Jerusalém com honras de herói.

Definitivamente, é um grande filme. Mais que isso, é a maior obra de Spielberg. Utilizando-se do preto e do branco, dá o tom certo à história. Somente em dois momentos Spielberg usa uma cor diferente do preto e branco: o vermelho. E sem dúvida é emocionante.
Liam Neeson está BRILHANTE no papel de Oskar Schindler e é impossível não se cativar por sua atuação. Lamentavelmente, nunca vi Filadélfia e admito ser um gravíssimo erro de minha parte. Logo, não posso julgar se Tom Hanks merecia mais o oscar de melhor ator do que Liam Neeson. A única coisa que sei é que Liam foi brilhante.

Ao falar em obras de arte automaticamente penso em harmonia. Atores, fotografia, trilha sonora....tudo é harmoniozo.

A Lista de Schindler obteve de mim as mais doloridas e emocionadas lágrimas. Crianças sendo arrancadas de suas mães, mais do que tudo, me inseriram na mais completa desolação e dor. A cada momento me perguntava até que ponto chega a maldade humana. Que perversão é essa que alucina e faz um ser humano ter a certeza de ser superior a outro? Que verdade absoluta é essa que cega e nos faz agir como animais? Enfim, nada justifica, nada ameniza, nada....

Mas ao nos deparar com seres humanos como Oskar Schindler é que podemos mais uma vez ter esperanças de um mundo melhor. Para os mais céticos, é difícil acreditar que tenha existido um homem que utilizou de toda a sua fortuna para ajudar milhares de pessoas que mal conhecia. É como uma flor que nasce no deserto, é o bem que triunfa sobre o mal.

O filme ganhou o oscar de melhor filme, melhor direção para Steven Spielberg, melhor roteiro adaptado para Steven Zaillian, mehor montagem, melhor fotografia, melhor trilha sonora e melhor direção de arte. Ainda foi indicadonas categorias melhor ator para Liam Neeson, melhor ator coadjuvante para Ralph Fiennes, melhor figurino, melhor maquiagem e melhor som.


Um filme para emocionar tantas e tantas vezes, para nos fazer reavaliar nossos conceitos sobre humanidade e principalmente para termos a certeza de que não cometeremos mais erros e atrocidades que um dia tantos foram capazes de cometer...






''Esta lista é um bem absoluto
Esta lista ... é a vida
Em volta das suas margens fica o abismo''

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Alice não mora mais aqui

O que pensar de um filme chamado ''Alice não mora mais aqui''? No mínimo um nome intrigante.
O filme de Martin Scorsese conta a história de Alice Hyatt, vivida brilhantemente por Ellen Burstun, que levou o oscar de melhor atriz por sua atuação nesse filme.
Alice é uma dona de casa que sonha em ser cantora, mas enquanto esse sonho está longe de se tornar realidade ela passa seus dias cuidando da casa, do seu filho sabichão e de seu marido mal humorado. Até que um dia, seu marido sofre um acidente de carro e morre. Alice, sem dinheiro para sustentar a casa, vende tudo e vai embora da sua cidade, à procura de um emprego, de preferência o de cantora.
Nessa nova vida, Alice se envolve com um cara casado e violento[Harvey Keitel] e mais uma vez se muda com seu filho.


''Devo abrir uma veia e assinar com sangue?'' é a pergunta que Alice faz ao seu filho, quando ele insistentemente reclama e pergunta a mãe se ela tem certeza que arranjará um emprego. Bom, Alice não é o tipo de mãe rígida, muito pelo contrário, possui com seu filho uma relação bastante descontrária, por vezes eles parecem duas crianças, brincando e rindo. Mas tamanha liberdade lá na frente lhe causará dor de cabeça, quando seu filho começa a se envolver com Audrey[na boa, Jodie Foster está irreconhecível no papel de um menino], um amigo um tanto ''esquisito''.

Alice e o filho moram em um motel, enquanto ela trabalha como garçonete em uma lanchonete. Lá ela conhece David[Kris Kristofferson], com que começa uma relação amorosa. David, um homem divorciado e que não mantém contato com os filhos. Alice, uma mulher viúva e com um filho pra sustentar. Combinação explosiva, não?!
É claro que no final eles ficam juntos, mas antes é bem legal a cena em que Alice diz claramente a David que quer ser cantora. Afinal de contas, por tantos anos a coitada abdicou do seu sonho, colocou em segundo plano os seus desejos, já não era sem tempo!







O filme não é nenhuma obra prima, mas aborda um tema muito relevante até hoje. Qual é o verdadeiro papel da mulher? Tal questionamento não está restrito apenas ao campo professional, mas se alastra pela vida como um todo. Ser mãe, esposa, dona de casa, grande profissional... enfim, muito é cobrado e pouco é dado.
Alice foi atrás do seu sonho, obviamente motivada mais do que tudo pela dificuldade financeira que vivia, mas tudo na vida é uma questão de oportunidade.

Ta aí, ''Alice não mora mais aqui'' é uma ótima pedida pra você que precisa de uma desculpa pra ir atrás do que realmente quer.