Divertido! Sem dúvida um filme divertidíssimo. ''Noivo neurótico, noiva nervosa'' foi uma feliz surpresa. Arrancou-me muitas risadas e logo alcançou a minha lista dos 10 mais.
O desenrolar do filme se dá em Nova York [como sempre, com exceção de Match Point] e conta a história do casal Annie Hall [Diane Keaton] e Alvy Singer [Woody]. Ela uma estilosíssima cantora no início da carreira e ele um judeu extramente neurótico, egocêntrico, com mania de perseguição e que faz análise há 15 anos. Uma coisa recorrente nos filmes do Woody Allen, estando ele atuando ou não, é sempre essa abordagem do dia a dia, do cotidiano, de forma despojada e cômica. Citando Nelson Rodrigues, nada mais é do que ''A vida como ela é''.
Sempre há aqueles questionamentos da vida, de si mesmo e sobre os outros, mas nunca fugindo do humor, logo não se torna algo pesado e cansativo de se ver. Woody costuma dizer que grande parte do seu trabalho é autobiográfico, nos gerando a dúvida: o que é ficção e o que é verdade? Até onde vai Alvy Singer e quando passa a ser Woody Allen? Na minha modesta opinião, são a mesma pessoa.
Até porque é muito melhor imaginar que uma pessoa como essa [excêntrica, neurótica e blá blá blá] só existe na ficção, mesmo estando ciente de que na vida real existem muitos assim.
Umas das muitas genialidades do filme são os diálogos que o próprio Woody mantem com o telespectador, usando desse artifício para criar um vínculo maior com o público. Genial, divertido, hilário e verdadeiro são alguns dos adjetivos que tenho para ''Noivo neurótico, noiva nervosa'', um filme descontraído da década de 70 e uma obra prima de Woody Allen.
Ganhou o oscar de melhor filme, melhor direção, melhor atriz para Diane Keaton, melhor roteiro original e ainda foi indicado na categoria melhor ator, para Woody Allen, que infelizmente perdeu.
''Eu nunca faria parte de um clube que aceitasse alguém como eu como membro''
Vale muito a pena!!!!